ser livre, e já agora poder ser pássaro
a minha maior felicidade em trabalhar no local onde estou, além de ser um jardim enorme porque é um pólo, tem muitas árvores até tem de fruto, é tudo muito verde bom para as vacas (verdadeiras) mas por acaso essas não andam por cá, tem muitas flores, passarinhos e passarinhas, nota-se logo a diferença, as meninas batem as asas levemente e com toda a delicadeza, os passarões são mais atrapalhados e desajeitados mas o melhor de tudo mesmo é poder ouvir o cantarolar dos pássaros lá fora, aproximam-se das nossas janelas, sim, são várias (aqui é tudo em grande) onde até se podem ver os maganos livres e contentes, as pombas passam e bazam não querem saber disto para nada, depois aparecem melros, pássaros coloridos, até aquele tipo de papagaio mas mais pequeno que o comum, todos eles a bater as asinhas como se nos estivessem a querer dizer: Oh, estou tão feliz por estar livre, ahhh, liberdade, liberdade, vê como eu posso voar e bater as minhas belas e poderosas asas, enquanto tu continuas ai fechada, desde que horas? ah, sim, desde as 9 da manhã, pruuuuu, piuuuu, pois é isto é para quem pode, e não para quem quer, porque tu queres muito, e continuas ai fechada (ah, ah, ah) e presa a uma secretária a olha para um quadrado.
E lá vão todos eles às suas vidas, certamente muito mais interessantes que as nossas, enquanto fico a olhar com cara de parva a ver os ditos a desaparecerem no horizonte... !!! (quem nunca ficou com ar de tola a olhar para um pássaro que fale já, ou se cale para sempre)