Perdida como só eu ando, não que me importe muito como que as pessoas pensam de mim mas convenhamos que quando são pessoas com as quais me dou à anos e me conhecem desde pequena, a coisa muda e de facto quando ouvimos dizer, Tás diferente ou já não tens tanta energia ou tinhas sempre a força e motivação para nos levares atrás de ti, meus amigos, acreditem, a COISA MUDA mesmo de figura.
Realmente algo mudou em mim, (além da idade, sim, depois dos 30 é um tirinho), sinto-me cansada, desmotivada, descrente, como se carregasse o peso de uma vida inteira de sacrifícios e infelicidades. Um peso em mim que mal consigo explicar, parece que o mundo, a minha vida está prestes a “terminar” sem eu ter feito nada por ela.
Os meus sonhos e desejos estão por realizar, mas será que me devo conformar? O meu dia-a-dia, condiciona-me em tudo, o meu trabalho tira-me a alegria o meu bem estar, a minha paz de espírito.
Por outro lado e em certas alturas, tenho a força e a rebeldia que em outros tempos me eram características e que estavam bem marcadas em mim. Digo para mim mesma, eu já não sou assim, leve, solta, feliz, um autêntico furacão (como tão bem o meu pai me chamava) o meu furacão, dizia ele, o que foi que eu perdi, onde é que eu “me perdi”? Onde está a Raquel que “saltava” e corria por todo o lado e que de repente ria sem pedir e falava sobre tudo sem ter medo de o fazer? Onde está ela?
Neste momento da minha vida, sinto que para sermos felizes e sermos aceites temos de se o chamado politicamente correcto, se não, somos imediatamente postos de parte.
Feliz? insatisfeita? contradições, só contradições.
Será que busco algo que não existe?