Antes de mais, quero dizer que gosto deste tipo de “eventos”, é verdade, gosto, até porque lá estão alguns dos colegas que eu gosto e prezo bastante.
Mas…….á sempre um mas, não tenho “cu” para tanto disparate e costumes que não pertencem a quem os pratica, desculpem-me a expressão.
Não nasci para assistir a imitações baratas de cocktails e usar “pérolas falsas”, é o que dá ser uma simplória mental nada dada ao joguinho foleiro dos “vestidos caros” para o chefe ver. Situações em que fico sem jeito e sem conversa.
A “culpa” é da minha Santa Mãe, que me tatuou na alma valores tão vincados como a sinceridade, a boa cidadania ou aquele mais ultrapassado ainda que é não fingir o que NÃO SOMOS.
No dia a dia, não podemos nem olhar para alguns dos presentes, mas lá tem de ser, temos de fazer o jeito, o sacrifício, sacrifício? Sacrifício, faço todos os dias quando venho trabalhar, não gosto de alguns e pronto e acho perfeitamente natural alguns não gostarem também de mim, isso é que é natural, mas é isto o que eles chamam de espírito natalício, ora bolas, isto é que é o espírito natalício? Vão plantas macacos, é o que é. Vão lá é para encher o bandulho.
A malta porreira e do costume, digo isto, porque são os que não arranjam problemas nem conflitos com ninguém, lá tentam ficar todos juntos numa mesa (claro, bruxo),e a coisa lá vai, com muita risota á mistura e boa disposição.
Na parte final do dito (almoço), lá vem mais um discurso, é todos os anos a mesma treta, (isto sou eu a imitar), agradecemos a todos o esforço e empenho demonstrados, a colaboração, a resolução de todos os problemas, o crescimento desta empresa deve-se a todos vocês, PORRA, é mentira (isto já sou eu mesma), mentira, não se deve ao esforço de todos mas de ALGUNS. Lá estão a meter todos no mesmo saco.
No dia do dito (almoço de natal), cumprindo as regras da Sociedade Plasticamente Feliz e Organizada, sem classes ou diferenças sociais visíveis para não ofender ninguém, vou-me entregar às delícias do corporativismo. Os empregados serão tratados como iguais pelos patrões, que nos estenderão a mão e o copo de champanhe num acto de misericórdia.
Muito teatro e pouca honestidade, abomino.